"Nós não subimos ao nível das nossas expectativas, nós descemos ao nível do nosso treinamento." - Arquíloco.Recentemente fiz um pequeno post no meu Instagram falando de hábitos, que teve uma resposta impressionante e eu decidi escrever um artigo sobre isso. Estou lendo o livro Atomic Habits, do James Clear. O autor tem um blog bem-sucedido, com uma série de artigos baseados em ciência e também com instruções de como aplicar, na prática, pequenas mudanças que gerem grandes resultados. A leitura desse livro me deu vários insumos que compartilho aqui. Se você é como eu, várias vezes já começou o ano novo cheio de resoluções e expectativas, com aquele sentimento de “agora vai!”, e, por fim, terminou o mesmo ano pensando “hum... não foi.”. E repetiu esse ciclo várias vezes. Uma questão de identidade. Uma coisa curiosa sobre os hábitos é a formação da sua própria identidade. Eu tenho alguns, por exemplo: vegano, não fumante, minimalista, escritor, criativo. Se eu não como carne e nada de origem animal nos últimos anos, eu tenho motivos para acreditar que sou vegano, e o meu cérebro trabalha a favor de manter essa identidade que eu decidi adotar. Se eu crio coisas, como por exemplo, músicas, roteiros e empresas nos últimos dez anos, esses são insumos que ajudam a me considerar uma pessoa criativa. Por isso, na minha bio do Instagram e para todas as pessoas que tenho oportunidade, eu reforço a identidade que quero ter. Falo sobre o fato de me considerar minimalista, mentor ou empreendedor, por exemplo. Acho que dessa maneira, eu estou arrecadando "votos" para a minha identidade desejada, ainda que só falar sobre isso não vá necessariamente fazer uma grande diferença comportamental, mas reforce a minha identidade. A ideia é começar com hábitos que sejam ridiculamente pequenos, a ponto de você conseguir executá-los em 98% das vezes, mesmo que você esteja com uma motivação baixa. Em relação a fazer exercícios, poderia ser caminhar por dez minutos ou fazer uma única flexão por dia. Matt Mullenweg, que foi considerado o principal programador do Word Press e é CEO da Automattic, empresa de 1 bilhão de dólares, disse que entrou em forma aplicando essa única técnica de fazer uma flexão por dia, pois ele arraigou na identidade dele que ele é uma pessoa que não deixa de se exercitar todos os dias. Nas palavras dele: "Não importa quanto você esteja atrasado, não importa o que esteja acontecendo no mundo, não se pode argumentar contra fazer uma flexão. Vamos lá. Não tem desculpa. Com frequência, descubro que preciso só vencer a dificuldade inicial estipulando uma meta que seja quase constrangedora de tão pequena e depois isso se torna um hábito". Isso vale também para as pessoas que estão tentando meditar. Lembro que esses dias recomendei a uma amiga que alegou estar com dificuldade com a prática, que ela se comprometesse a fazer UMA respiração concentrada. A influência do ambiente. Acontece que muitas vezes adotamos identidades que não são deliberadamente escolhidas por nós. Por exemplo, você começa a trabalhar em um local onde as pessoas, de hora em hora, param para tomar café. Você no início só acompanha o pessoal. Depois de um tempo, você também começa a tomar café; e depois de um tempo maior, você se torna uma pessoa que ingere uma grande quantidade de cafeína por dia; e depois, quando você menos perceber, você estará fazendo isso todos os finais de semana, piorando a qualidade do seu sono, e nem se dará conta de que é pela quantidade de cafeína que você consome, e muito menos do motivo que te levou a começar a consumir essa substância em primeiro lugar. Uma das melhores maneiras de adotar a identidade que você busca é se colocar em ambientes em que o seu comportamento desejado seja considerado a norma. Aquela frase que diz: "Você é a média das cinco pessoas que você mais anda." nunca fez tanto sentido para mim, por isso eu escolho com muito cuidado essas pessoas. Você vai se parecer cada vez mais com elas em termos de saúde, alimentação, finanças, etc. Existe também o ambiente que você pode preparar e isso pode ser uma coisa tão pequena como a tela do seu celular. Eu me pego muitas vezes scrollando a tela das redes sociais em momentos em que claramente eu tenho coisas mais importantes para fazer. Para me ajudar e me livrar desse péssimo hábito, eu desinstalei o aplicativo do meu celular. Agora, se eu quiser mexer no Instagram, por exemplo, eu tenho que instalar o aplicativo e colocar a minha senha, o que demoraria aproximadamente 1 minuto e meio para ser feito. Em 90% das vezes, eu deixo de cair nessa tentação por essa pequena mudança de ambiente. O desprezado poder dos ganhos marginais. Vamos falar sobre o sono. Se você perguntar por aí, vai ver que a maioria das pessoas relatam que não dormem bem e, apesar do sono ser um dos elementos mais importantes do nosso bem-estar e um dos que mais influencia a nossa produtividade, ele é negligenciado por um clichê cultural sem sentido. Seguem algumas ideias que trariam ganhos marginais à qualidade do sono da maioria das pessoas:
Hábitos – A Diferença Entre Perder E Ganhar Do Seu Maior Inimigo – Você Mesmo!